Dúvidas sobre Vacinas

Dúvidas sobre Vacinas
As vacinas não têm um “prazo de validade”, mas algumas podem ter sua capacidade de gerar resposta imunológica reduzida ao longo do tempo. Por esse motivo, é fundamental seguir o calendário vacinal definido pelo Ministério da Saúde, uma vez que ele leva em conta o número de doses de cada vacina que são necessárias para gerar imunização duradoura.
Existem dois tipos básicos de vacinas: as inativadas (de vírus morto) e as atenuadas (de vírus enfraquecidos). As primeiras são produzidas por diferentes tecnologias que inativam os agentes infecciosos — geralmente são usados partes destes agentes, sem conteúdo genético, ou seja, sem vida. Portanto, não há nenhuma possibilidade de causarem doenças.

Já as vacinas atenuadas são produzidas de forma a enfraquecer a ação do agente agressor. Ao serem administradas, ele se multiplica no organismo o suficiente para estimular uma resposta imunológica adequada e segura. Porém, a pessoa pode, ocasionalmente, apresentar reações semelhantes às da doença, só que muito brandas.
As vacinas podem conter o componente da coqueluche de células inteiras (exemplo: uma pizza) ou de coqueluche acelular (exemplo: uma fatia da pizza). A vacina acelular contém componentes purificados da bactéria Pertussis e apresentam menos efeitos adversos quando comparados com as vacinas de células inteiras.

A vacina acelular imuniza contra a coqueluche com menos efeitos adversos, com a vacina de células inteiras.
Dentro das vacinas combinadas existe uma vacina contra a pólio, conhecida como vacina inativada contra a pólio, também conhecida por Salk. Esta vacina imuniza contra os tipos de Poliovírus 1, 2 e 3. O outro tipo de vacina contra a pólio é a vacina oral atenuada também conhecida por Sabin. Diferenças da vacina injetável e oral se apresentam de formas diferentes;

● Vop- Sabin
Ministra-se oralmente e contém o vírus de pólio adormecido (atenuado) que age contra os tipos 1 e 3 da doença.

● Vip-Salk (em vacinas combinadas)
Ministra-se de forma injetável e contém os elementos do vírus completamente mortos, sendo uma das vacinas mais seguras, que agem contra os tipos 1, 2 e 3 da pólio.
Não são necessários cuidados específicos para a vacinação. Algumas recomendações gerais sugeridas pela SBIM (Sociedade Brasileira de Imunizações) são:

● Em caso de febre alta deve-se adiar a vacinação até que ocorra a melhora.
● Compressas frias aliviam a reação no local da aplicação. Em casos mais intensos pode ser usada medicação para dor sob prescrição médica.

● Qualquer sintoma grave e/ou inesperado após a vacinação deve ser notificado.
● Os sintomas de eventos adversos persistentes, que se prolongam por até 72 horas, devem ser investigados para verificação de outras causas.
● Confirmação do nome do paciente e sua carteira de vacinação;
● Preparo correto de acordo com apresentação de cada marca;
● Validade da vacina;
● Armazenamento correto (2°C a 8 °C em refrigerador, não congelar e proteger da luz).
De forma geral, as vacinas polissacarídicas não estimulam imunidade celular, timo-dependente; a proteção conferida é de curta duração, pois induzem pouca ou nenhuma resposta imunológica (a imunidade não aumenta com a repetição das doses e não gera memória imunológica) e não são eficazes em crianças menores de dois anos de idade. Além disso, não eliminam o estado de portador assintomático, sendo incapazes de desencadear imunidade coletiva ou de rebanho. Essas vacinas podem ser especialmente utilizadas no controle de surtos e epidemias.21,23 já as vacinas conjugadas, nas quais os componentes polissacarídicos são conjugados a proteínas, são t-dependentes, induzem memória imunológica, tem efeito booster em doses subsequentes e sua proteção é de longa duração. Estas vacinas devem gerar uma imunidade de maior duração que as polissacarídicas, mesmo quando administradas a crianças menores de 2 anos, como também podem acarretar proteção de rebanho através da proteção contra o estado de portador.
As vacinas contra a bactéria conhecida como pneumococo podem ser conjugadas ou polissacarídicas. As vacinas conjugadas disponíveis no momento são a 10 e a 13 valente, com os respectivos números de sorotipos do Pneumococo. As vacinas conjugadas são utilizadas na rotina a partir dos 2 meses de vida, com a vantagem de induzir memória imunológica e protegerem não só o indivíduo vacinado como também outras pessoas da comunidade, porque evitam o estado de portador dessa bactéria em orofaringe na pessoa vacinada. Sempre que possível o esquema primário deve ser feito com a mesma vacina.

A vacina polissacarídica com 23 sorotipos deve ser utilizada em todas as pessoas acima de 60 anos de idade.

Indivíduos portadores de condições de saúde que tenham diminuição da imunidade devem fazer esquema com os dois tipos de vacina, a 13 valente e em seguida a 23 valente, devendo antes ser avaliado por um médico.
Completa-se o esquema, não é preciso recomeçar do zero. Toda dose de vacina administrada é aproveitada em função da memória imunológica do indivíduo e por esta razão só há necessidade de completar o restante do esquema vacinal.
Exceção é a vacina contra cólera, pois se o intervalo entre as doses não for respeitado o esquema deve ser recomeçado. Do mesmo modo a antecipação de uma dose de vacina só é válida se essa dose for realizada até 4 dias antes do intervalo mínimo preconizado.
A partir dos 24 meses de idade: duas doses com intervalo mínimo de um a dois meses entre elas – não foi estabelecida ainda a necessidade de dose(s) de reforço.
O Ministério da Saúde recomenda rotineiramente quatro vacinas que são oferecidas para todas as gestantes: dtpa (tríplice bacteriana acelular do tipo adulto: difteria, tétano e coqueluche), dt (dupla adulto: difteria e tétano), hepatite B e gripe (Influenza), que deverão ser utilizadas de acordo com a história vacinal prévia da paciente, avaliada pela equipe de saúde.
O sistema imunológico do bebê ao nascimento é imaturo. Com a vacinação da gestante, o bebê recebe anticorpos maternos diretamente pela placenta e, após o parto, através da amamentação, trazendo proteção para o bebê de todas as doenças para as quais as mães foram vacinadas.
Precisa sim. Não se pode relaxar em relação à vacinação. Embora as doenças evitáveis por vacinação tenham se tornado raras em muitos países, os agentes infecciosos que as causam continuam a circular em algumas partes do mundo. Em um mundo altamente interligado, esses agentes podem atravessar fronteiras geográficas e infectar qualquer pessoa que não esteja protegida. Desde 2005, por exemplo, na Europa Ocidental ocorrem focos de sarampo em populações não vacinadas (Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Espanha, Suíça e Reino Unido). Dessa forma, as duas principais razões para a vacinação são proteger a nós mesmos e também as pessoas que estão à nossa volta.